sábado, 30 de abril de 2011

DAS SANDMÄNNCHEN: Há gerações, colocando as crianças alemãs para dormir


Um pouco antes das 19h: crianças inquietas aguardam em frente à televisão um dos seriados mais clássicos de histórias de boa noite do mundo infantil. Exatamente às 18h50 aparece um boneco simpático com gorro de dormir e barba branca que conta uma história de ninar e “espalha” areia de dormir nos olhos das crianças ao se despedir.

O Sandmännchen tem suas origens tanto nos contos dos Irmãos Grimm quanto no livro Sandmann, de Hans-Christian Anderson. Transformado em seriado pela primeira vez na então Alemanha Oriental, o Sandmännchen acabou ganhando uma versão na televisão da Alemanha Ocidental. Durante os anos em que o país permaneceu dividido os dois personagens conviveram pacificamente, no entanto, com a Queda do Muro de Berlim apenas um Sandmännchen sobreviveu à reunificação. Hoje, o preferido entre os alemães é homenzinho que adormecia as crianças do antigo lado oriental.

Apesar de ter completado em 2010 50 anos de idade, o Sandmännchen continua encantando e guardando o sono das crianças na Alemanha. Tanto é que o personagem ganhou um filme só dele: Das Sandmännchen - Abenteuer im Traumland (aventura na terra dos sonhos).


Essa minha matéria foi publicada no site da Embaixada da Alemanha - AlemanJA: www.alemanja.org

sexta-feira, 29 de abril de 2011

BIENE MAJA: Desenho popular continua conquistando corações


Nascida no ano de 1912, ela se mantém jovem e cheia de energia até os dias de hoje. Aos 95 anos, a abelha Maia (Biene Maja) é considerada um dos clássicos de animação mundiais mais populares de todos os tempos. A tão querida abelha deu inicio a sua carreira através de um livro (Die Biene Maja und ihre Abenteuer) criado por Waldemar Bonsels. Nascido em Ahrensburg, uma cidade no sudeste de Schleswig-Holstein (Alemanha), o criador da famosa abelha alemã conta em seus livros suas experiências e aventuras vividas na natureza. O escritor alemão teve sua obra traduzida para mais de 40 idiomas.

Com todo esse sucesso, a história da abelha Maia foi adaptada para o Filme (1924) e depois para o desenho animado (1975). O seriado resultou de um trabalho conjunto internacional: A redação ficou na Alemanha, os episódios foram redigidos nos Estados Unidos e o responsável pela produção do desenho foi o Japão. No seriado, novos personagens apareceram, como o melhor amigo da abelha, “Willy”, que com seu jeito distraído e tranqüilo conquistou a simpatia de todos. Os dois vivem aventuras incríveis e tocam em assuntos como amizade, tristeza e medo, reproduzindo assim o mundo infantil.

Até hoje a abelha tem seu espaço reservado no coração das crianças, como na criança que ainda vive no adulto. A abelha Maia é reconhecida por 95% da população de língua alemã e assim entrou para a história.


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O MILAGRE DE BERNA: A Alemanha e um dos capítulos mais inesquecíveis da história do futebol

Poucos acreditavam em um final feliz quando os alemães chegaram à decisão da Copa do Mundo de 1954, em Berna, na Suíça. O adversário, a Hungria, estava confiante e, ao contrário da Alemanha, chegava à partida decisiva com excelentes críticas.

A Hungria abriu o jogo com dois gols nos primeiros 8 minutos. No entanto, foi no 10º minuto do primeiro tempo que o jogador Max Marlock marcou gol a favor dos alemães e aos 19 minutos o alemão Helmut Rahn empatou o jogo. A chuva caia forte. Todas as atenções estavam voltadas para os jogadores encharcados. Nos minutos a seguir, os alemães jogavam bem, mas os húngaros se mantinham perto do gol. A bola chegou a bater várias vezes em ambas as traves, mas teimou em não entrar.

Com os nervos à flor da pele, aos 39 minutos do segundo tempo, cerca de 60 milhões de alemães vibraram ao ouvirem via rádio o golaço de Helmut Rahn. O chute certeiro marcou para sempre os corações dos torcedores germânicos e garantiu à Alemanha, com o placar de 3 a 2, o gosto de erguer a taça pela primeira vez.

“O Milagre Berna”, como ficou conhecido o episódio foi a primeira de várias conquistas. Hoje, o país conta com três títulos mundiais (1954, 1974 e 1990) e três europeus (1972, 1980 e 1996). Já os húngaros, por sua vez, nunca mais chegaram à uma final de uma Copa do Mundo.

No cinema

O episódio inesquecível também deu origem ao filme “O milagre de Berna” e ao documentário: “O milagre de Berna – a verdadeira história”. Confira abaixo o trailer.




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quinta-feira, 28 de abril de 2011

FREUNDESKREIS: Hip hop para politizar os jovens alemães

A banda da Alemanha Freundeskreis (Círculo de amigos) nasceu com o propósito de conscientizar os jovens sobre política e sociedade com letras que continham assuntos como educação, igualdade e justiça. Os integrantes MCs Max Herre, Don Philippe e DJ Fricition eram mais conhecidos por divulgarem o hip hop em vários idiomas, como alemão, francês, inglês e esperanto (língua artificial criada com a finalidade de se tornar o idioma mundial oficial).

No palco eles se apresentam com um grande repertório de instrumentalistas, chamando a atenção do público pela excelente qualidade musical. Anna – Immer wenn es regnet (Anna - Sempre quando chove) foi a música que os colocou no ranking das melhores bandas da Alemanha e levou o album Esperanto a vender mais de 300 mil cópias.

Apesar de focar-se no estilo hip hop, o Freundeskreis também apresentou trabalhos com artistas de gêneros diferentes, como reggae, jazz, soul e funk. O resultado pode ser conferido no CD gravado ao vivo, Em Directo, que teve mais de 250 mil de cópias vendidas.

Em 2000, Max Herre, a cabeça da banda, sufocado pelo sucesso decide em conjunto com os amigos fazer uma pausa artística. Quatro anos depois o mesmo lança um álbum solo e, assim como durante a sua época de Freundeskreis, o disco dispara entre os mais vendidos do seu gênero.

Apenas em 2007, os amigos reúnem-se novamente no palco para divulgar o CD Best of FK 10 (FK = abreviação para Freundeskreis). A turnê seria a última do grupo, que fez sua última apresentação no dia 19 de setembro de 2007, em Stuttgart, cidade alemã natal dos integrantes.


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UM OLHAR DIFERENTE: Bernd e Hilla Becher tornam indústrias em obras de arte

Os fotógrafos Bernd e Hilla Becher viveram e trabalharam quase 50 anos juntos. Dois anos após a morte de seu marido, Hilla Becher decidiu dar continuidade ao trabalho de ambos e assim fotografar o que mais gostavam: paisagens industriais abandonadas. Apesar de terem tido seus trabalhos rotulados várias vezes como fotografia industrial monótona, nos tempos de hoje são profissionais reconhecidos da arte contemporânea.

Bernd Becher nasceu em 1931 em Siegen, uma das áreas industriais mais antigas da Alemanha. Em 1957 deu início aos estudos na Academia de Artes de Duesseldorf enquanto participava paralelamente da restauração de igrejas. Hilla Becher nasceu em Potsdam e conheceu Bernd após fugir da ex-Alemanha Oriental. Na época, ela já trabalhava como fotógrafa.

Os dois se casaram em 1961 e logo depois adquiriram a primeira câmera fotográfica profissional e um carro. Foi assim que eles viajaram pela Alemanha captando momentos da era pós-industrial. Mais tarde fariam o mesmo na Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo e Estados Unidos. O carro, uma Kombi VW, serviu nesse tempo tanto como laborátório fotográfico como apartamento.

As condições sob as quais os dois tiravam as fotos eram sempre as mesmas: tempo fechado, céu carregado e luz opaca. Eles não queriam que o tempo bonito tirasse a atenção do que queriam mostrar. Os objetos que registravam em preto e branco com suas lentes eram edificações como: fornos industriais, reservatórios de gás, torres, entre outros.

A sintonia entre Bernd e Hilla Becher era de tamanha grandeza, que não importava quem que tirava a foto. Afinal, a preparação para o “click” perfeito, era um trabalho em equipe, em que muitas vezes, um tinha que distrair os guardas enquanto o outro tentava cortar o mato para conseguir acesso às áreas. Segundo Hilla Becher, o trabalho era sempre mais aventura que qualquer outra coisa.

Esse meu artigo foi publicado no site da Embaixada da Alemanha - AlemanJA:
http://www.alemanja.org/alemanha-cultura/2279-um-olhar-diferente-bernd-e-hilla-becher-tornam-industrias-em-obras-de-arte-

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A VOGUE DO ORIENTE: Sibylle, a revista de moda da Alemanha Oriental

O propósito da principal revista de moda da ex-Alemanha Oriental (RDA) era um pouco diferente das demais: moderna, chique e ao mesmo tempo natural. No próprio subtítulo de Sibylle, “Revista para moda e cultura”, já dava para deduzir que o conteúdo ia bem além de uma mera junção de dicas de relacionamento encontradas na maioria das publicações da época.

As fotos eram sempre voltadas para a arte e a cultura e tinham como fundo ambientes familiares do dia-a-dia da RDA, o que fazia com que a mulher se espelhasse nas modelos. Dorothea Melis, redatora-chefe da Sibylle durante uma década afirmou em entrevista dada ao entrevistador Frank Meyer: ″Além de uma revista de moda, também éramos uma revista que prezava a cultura. Ou seja, publicávamos artigos de tudo relacionado ao mundo artístico, como artes plásticas, pintura, literatura, arquitetura, entre outras″.

Naquela época, o governo da Alemanha Oriental objetivava que a mulher fosse retratada meramente como uma mulher operária. Segundo eles, a principal função era ajudar a reconstruir a economia alemã, ainda muito afetada pela Segunda Guerra Mundial. No entanto, a Revista Sibylle trazia o mundo para dentro da RDA e tentava mostrar que uma mulher podia sim trabalhar e ser bonita.

As roupas ilustradas nas capas da revista, na maioria das vezes, não podiam ser adquiridas nas lojas da RDA. A revista reverteu este “problema” ao oferecer às leitoras os moldes das produções. Desta forma as mulheres puderam costurar elas mesmas seus vestidos e ainda estilizá-los individualmente, e ajudar a RDA, alienada dos acontecimentos mundiais, alcançar uma forma de ultrapassar o muro que cercava o país.

Revista mais importante da época da RDA, a Sibylle circulou de 1956 a 1995, teve uma periodicidade bimestral e tiragem de 200 mil exemplares. O documentário ″Träume nicht Sibylle″ (Sibylle, não sonhe!) retrata a trajetória da revista, durante e depois da RDA e mostra as fotografias deslumbrantes, marca registrada da publicação.

Esse meu artigo foi publicado no site da Embaixada da Alemanha: www.alemanja.org

Primeiros passos...



Escrever é muito bom; me deixa feliz. E como nasci na Áustria, fui criada na Alemanha e hoje em dia moro no Brasil, gosto de escrever sobre esses países que me influenciaram bastante e compartilhar com vocês as maravilhas escondidas nos países da língua alemã. Viajar é muito bom... abre novos caminhos, possibilita novos olhares e com certeza sempre servem como aprendizados. E como nem sempre podemos viajar "com o corpo", porque não aproveitar um tempinho e conhecer novos lugares através da leitura? Com certeza não é a mesma coisa, mas tenho certeza, que muitas dessas viagens virtuais, acabam resultando em viagens verdadeiras no futuro. Bom, por enquanto é isso.